Aftas atingem entre 20-50% da população
A afta é uma doença conhecida desde a antiguidade e, de acordo com alguns autores, acomete entre 20 e 50% da população. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na mucosa da boca, que podem ser múltiplas ou isoladas. O sexo feminino é duas vezes mais atingido do que o masculino.
A primeira manifestação clínica da doença aparece, em geral, por volta dos 14 anos de idade. Contudo, é bastante comum em crianças. Raramente surge após os 50 anos e, quando isso ocorre, a imensa maioria dos indivíduos é do sexo feminino.
Inicialmente temos na região atingida, a sensação de formigamento ou de ardência. Após 24-48 horas, surge um ponto avermelhado na mucosa que horas depois se transformará numa úlcera recoberta por uma membrana branco-amarelada e circundada por um halo vermelho.
Existem dois tipos de aftas, porém, a mais comum desaparece entre 10 e 14 dias, sem deixar na mucosa bucal qualquer cicatriz.
A literatura mostra que alterações da resposta imunológica são as possíveis causas primárias em alguns pacientes e secundárias em outros. No entanto, os ácidos presentes na alimentação (frutas cítricas), os pequenos traumas à mucosa, distúrbios gastrointestinais, o ciclo menstrual e o estresse emocional agem como fatores desencadeantes. O componente genético é muito importante no aparecimento de aftas, tanto que algumas pesquisas apontam que se ambos os pais apresentarem a doença, gerarão filhos 4 vezes mais propensos à terem aftas ao longo da vida. Um fato curioso é que pessoas que fumam entre 15 a 40 cigarros por dia, apresentam uma redução muito significativa na ocorrência de aftas, pois o fumo deixa a camada superficial da mucosa bucal mais espessa (camada de queratina).
Aplicação de produtos cáusticos, como formol, sobre as lesões destroem o tecido da região, inclusive terminações nervosas, o que faz desaparecer a dor. Na prática o que se faz é substituir a afta por uma queimadura química, que causa injúrias aos tecidos normais e, pode provocar maiores danos do que a própria doença.
Normalmente, usa-se algum produto sobre a lesão que possa eliminar ou minimizar a dor (antissépticos, anestésicos), além da eliminação de alguns possíveis agentes irritantes locais como arestas dentais, aparelhos ortodônticos, próteses mal adaptadas, etc...
Vale salientar que lesões que perduram na boca por mais de 3 semanas, merecem atenção especial, pois pode ser sinal de alguma doença mais séria. Neste caso, precisa-se de uma avaliação mais específica de um cirurgião dentista.