Hipomineralização molar incisivo
Com a diminuição da cárie dentária e o acompanhamento odontológico da criança desde os primeiros anos de vida, surgem novas preocupações no que se refere à cavidade oral, como os defeitos no processo de formação do esmalte dentário. Um dos problemas mais comuns é a Hipoplasia de esmalte, patologia causada por fatores hereditários, locais ou sistêmicos, que evidencia falta parcial ou total da superfície de esmalte, e leva a maior predisposição de cárie além de grande sensibilidade local.
A hipomineralização molar-incisivo foi descrita como uma patologia no esmalte dentário, geralmente assimétrica, que pode envolver de um a quatro molares permanentes, em associação ou não com incisivos permanentes. Os dentes apresentam linhas de descoloração branca/opaca, amarela ou castanha dependendo da agressão tecidual. O esmalte apresenta-se poroso e quebradiço, inclusive durante a mastigação, parecendo às vezes nem ter sido formado, o que deixa a dentina exposta a estímulos térmicos e processos cariosos. Consequentemente o paciente pode apresentar muita sensibilidade dentinária, gerando grande acúmulo de placa bacteriana devido à uma higienização precária dessas regiões.
Dados indicam elevada prevalência da Hipomineralização molar-incisivo, evidenciando principalmente maior abrangência no continente Europeu, de 3,5 a 25%, e na América, de 40,2%.
Os defeitos no esmalte atuam em nível sistêmico, como resultado de uma grande variedade de fatores ambientais, podendo originar-se nos períodos pré-natal, perinatal ou durante a primeira infância. Devido à sua assimetria, condição em que um molar pode apresentar-se intacto e um outro fraturar-se logo após a erupção, sugere-se que os ameloblastos são afetados em um fase muito determinada de seu desenvolvimento.
Pacientes portadores de Hipomineralização molar-incisivo requerem tratamentos odontológicos extensos, sendo tratados até dez vezes mais do que indivíduos sem a alteração, o que gera medo e ansiedade, ocasionando distúrbios comportamentais na criança.
O contato precoce do odontopediatra com a criança, faz com que métodos preventivos possam prevenir problemas maiores aos dentes acometidos e favorecer o condicionamento emocional do paciente.